Nesta segunda-feira (11), vai ocorrer um evento astronômico interessante e pouco conhecido: um trânsito planetário. Volta e meia eu falo aqui de trânsito planetário, mas sempre em relação a planetas de outros sistemas estelares. Isso porque esse fenômeno é uma das técnicas de detecção de exoplanetas, os planetas fora do Sistema Solar. Além do trânsito planetário, a espectroscopia de alta precisão é outra técnica bastante usada.
Mas o que vem a ser um trânsito planetário?
Um trânsito planetário é o evento que se dá quando um planeta “passa na frente” de um observador que esteja observando a estrela do seu sistema. Com um alinhamento favorável das órbitas, é possível perceber quando um exoplaneta passa na frente da sua estrela através de uma minúscula redução no brilho dela. Muita gente chama isso de “minieclipse”, já que o planeta é incapaz de bloquear toda a luz da estrela. Essa é a técnica usada pelo finado telescópio espacial Kepler, recordista de descobrimentos de exoplanetas. Essa é também a técnica usado pelo seu sucessor, o satélite TESS.
Mas não é necessário ir muito longe para se ver um trânsito planetário, apenas esperar algum tempo. Às vezes, podemos observar trânsitos de planetas no nosso Sistema Solar.
De tempos em tempos, Mercúrio e Vênus passam na frente do disco solar e podemos observar isso aqui da Terra – claro, com os devidos cuidados. Como os dois planetas ficam entre a Terra e o Sol, é natural que isso aconteça, mas são necessárias condições especiais de inclinação das órbitas. Por isso, esses fenômenos não são tão comuns.
O trânsito de Mercúrio é mais comum, acontece por volta de 13-14 vezes a cada 100 anos. Já os trânsitos de Vênus são muito mais raros, com intervalos de mais de 100 anos. O último deles aconteceu em junho de 2012 e o próximo será em 2117.
G1
11:10:03