Imaginamos, alguma vez, se, ao invés de enxergarmos somente os atributos físicos das pessoas, pudéssemos ver a essência, o caráter, aquilo que vai no coração de cada um?
Se, não enxergando os belos olhos, o alvo sorriso, os requintados cabelos, as formas justas, vislumbrássemos apenas os princípios morais, a lealdade, o senso de justiça, a capacidade de perdoar, o valor dado à caridade?
Será que as pessoas que consideramos modelos de beleza ainda nos causariam verdadeira admiração?
O que os atuais parâmetros de beleza revelam sobre nossa sociedade? O que eles revelam a respeito de nós mesmos?
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Durante uma corriqueira pesquisa pela Internet, a fim de realizar certa atividade acadêmica, Elizabeth Velasquez deparou-se com um vídeo intitulado A mulher mais feia do mundo.
Para sua surpresa, descobriu que eram imagens suas, colhidas em fontes distintas, que destacavam a aparência de suas mãos, braços, pernas e, especialmente, de seu rosto.
A realidade é que a jovem, carinhosamente apelidada Lizzie, nasceu com uma doença extremamente rara que impede seu organismo de absorver gordura. Dessa forma, sem nutrientes, ela nunca conseguiu ultrapassar a marca dos trinta quilos.
Ela caminha com grande dificuldade e, constantemente, sente-se fraca. Ainda, pelas implicações da doença, ficou cega do olho direito.
Quando nasceu, os médicos não acreditavam que fosse sobreviver. Porém, suplantando todas as adversidades, ela frequentou a escola, superou a agressividade dos colegas, enfrentou o preconceito e se formou em comunicação na Universidade do Texas.
Atualmente, é uma mulher independente, conferencista e escritora.
Ainda que vítima de piadas e zombarias, através de suas palestras ela dá voz a pessoas que, por motivos os mais diversos, também são alvo da crueldade alheia.
Em vez de apenas me esconder nas minhas lágrimas, eu escolhi ser feliz e entender que essa síndrome não é um problema, mas uma bênção que me permite melhorar e inspirar outras pessoas, afirma Elizabeth.
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A belíssima mulher mais feia do mundo conquistou, por meio da doença que a acomete, os tesouros pelos quais inúmeras pessoas lutam diariamente: resignação, autoconfiança, fé, felicidade.
Para isso, não necessitou se enquadrar em padrões de beleza estabelecidos, não necessitou de um corpo escultural, nem sequer de uma saúde perfeita.
As incontáveis lágrimas de Elizabeth são prova viva do ensinamento atemporal de Jesus: porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.
A beleza física esvai-se com a cinza das horas. A saúde digladia-se constantemente com os nossos excessos. Os bens materiais não são nossos, pois, em essência, não pertencemos ao mundo material: cada um de nós, a seu tempo, retornará às moradas do Infinito.
Nossa missão, portanto, é conquistar o amor, a caridade, a tolerância, a fé. Tesouros divinos que nos garantem passos seguros em direção à paz, ao progresso, à verdade, à felicidade… à plena e verdadeira felicidade.
Pensemos nisso! Esforcemo-nos para acumular os tesouros do céu!
Redação do Momento Espírita, com base na biografia de
Elizabeth Velasquez e no capítulo 6, versículo 21 de
O Evangelho de Mateus.
Em 19.9.2019.