Essa talvez seja a maior descoberta fisiológica do século 20. Trata-se do sistema endocanabinoide, uma orquestra de comunicação bioquímica através de receptores no nosso cérebro, sistema respiratório, digestivo, imunológico, cardiovascular, sistema nervoso e tecido nervoso periférico, ou seja, em todos os lugares do nosso corpo, incluindo a pele.
Esta descoberta foi feita inicialmente pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Pública e descrito pela primeira vez na revista Science, em 1992.
Esses receptores se ligam especificamente aos canabinoides, permitindo que esses compostos penetrem nas células.
Eles estão embutidos na membrana celular, permitindo que os sinais entre as células ocorram.
Ficou evidente que esse sistema promove a “homeostase”, restaurando as funções do nosso corpo ao seu estado saudável.
E é esta homeostase que nos permite sermos saudáveis, pois se este sistema não funciona bem, os problemas aparecem.
Como funciona?
Em todo o corpo humano, existem 2 tipos de receptores canabinoides básicos com as seguintes particularidades:
Os receptores canabinoides CB1 são encontrados principalmente no cérebro e no sistema nervoso central, mas também em rins, pulmões e outros órgãos.
Já o receptor canabinoide CB2 existe especialmente nas células do sistema imunológico, no trato gastrointestinal e no sistema nervoso periférico.
Eles são cruciais para a saúde, pois apresentam influências na regulação de muitas funções corporais.
Canabinoides
Existem 2 tipos de canabinoides básicos: endógenos e exógenos.
Nosso corpo produz canabinoides endógenos (endocanabinoides), mas há os canabinoides exógenos (exocanabinoides), que são encontrados na canabis e no cânhamo.
Estes são os componentes que ativam os receptores canabinoides, presentes no corpo, mantendo o nosso funcionamento saudável.
Em condições de anormalidades, libera-se mais endocanabinoides para reparar a situação.
Porém, a rápida metabolização dos mesmos, a presença de toxinas em nossos alimentos e no ambiente moderno pode promover uma exaustão da sua liberação. Com isso, entramos em deficiência desses compostos vitais, e aí sim precisamos dos exocanabinoides para reequilibrar a situação, mantendo-nos saudáveis.
Consequências da deficiência em endocanabinoides
Com o envelhecimento tendemos a ficar menos eficiente na criação destes compostos, o que se correlaciona com piora de:
- Sono
- Dor, inflamação, doenças inflamatórias
- Memória
- Dores articulares
- Enxaqueca
- Fibromialgia
- Estresse e ansiedade
- Saúde ocular
- Apetite, digestão, fome
- Reprodução e fertilidade
- Osteoporose
- Saúde neurológica
- Tendência a mau humor
- Prazer e recompensa
- Controle motor
- Metabolismo lento e obesidade
- Imunidade
- Regulação da temperatura
- Glicemia e Diabetes
- Envelhecimento cerebral
- Síndrome do cólon irritável
- Envelhecimento
Fatores ativadores de endocanabinoides
Estes compostos tornam os seus receptores canabinoides mais ativos e são usados como substrato para produção de endocanabinoide:
- Ômega 3
Níveis adequados de ômega 3 garantem maior eficiência dessa relação receptores canabinoides – endocanabinoide.
Pessoas com deficiência de endocanabidiol apresentam as mesmas queixas clinicas de quem tem deficiência de ômega 3, como dor, inflamação, estresse, névoa mental, ansiedade, depressão, doenças degenerativas e envelhecimento precoce.
Suplementação de exocanabinoide
- Cânhamo
- Canabis
Fatores ativadores de exocanabinoides
Nutrientes anti-inflamatórios que auxiliam os exocanabinoides:
- Cúrcuma, Boswella e Quercitina.
- Ácido graxo essencial ômega 3, o mais eficiente potencializador da ação dos exocanabinoides.
Portanto, estamos dando um “salto quântico” na medicina de hoje, que nos permite desmantelar o estigma e começar a entender essa importante descoberta.
Porém, em termos de Brasil, ainda estamos aguardando as autorizações da ANVISA. De toda a forma, fica aqui a informação do que está acontecendo lá fora.
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