Os moinhos brasileiros não experimentaram um recente alívio nas cotações externas do trigo e devem fazer novos reajustes de preço na farinha aos consumidores ao menos até a chegada da colheita nacional, com impacto direto sobre a inflação, segundo integrantes da indústria e especialistas ouvidos pela Reuters.
Ao final da semana passada, o trigo negociado na bolsa de Chicago caiu para níveis não vistos desde o início da guerra na Ucrânia, com uma maior oferta no Hemisfério Norte. O Brasil, contudo, vive o pico da entressafra, e o impacto do menor preço externo foi limitado.
“Ainda não, o preço não está abaixo do período pré-guerra”, disse Fabio Cefaly, diretor de Novos Negócios e Relações com Investidores do M. Dias Branco, companhia líder em biscoitos e massas no Brasil e também um dos maiores grupos de moagem de trigo do país.
“Vimos uma redução (na cotação externa), mas ainda está bastante volátil… e o produtor local está observando a mesma volatilidade”, acrescentou o executivo, em entrevista à Reuters.
Em junho, o preço médio do trigo bateu recorde em termos reais no Rio Grande do Sul, a 2.147 reais por tonelada, em série histórica iniciada em 2004 pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No Paraná, a média de 2.180,70 reais/tonelada, foi o maior patamar desde 2013.
Enquanto o cereal cotado em Chicago acumulou queda de 10% na semana de 24 de junho e 1º de julho, o preço ao produtor na importante praça do Paraná subiu 0,56% no mesmo período e recuou apenas 0,88% no Rio Grande do Sul, segundo o Cepea.
IstoÉ
10:30:02