Seis meses após um incêndio de grandes proporções nas instalações do Ninho do Urubu deixar dez atletas mortos e três feridos, a maioria das famílias das vítimas fatais ainda não foi indenizada pelo Flamengo e as negociações estão travadas. Por enquanto, o clube entrou em acordo só com os familiares de Athila Paixão e Gedson Santos, além do pai de Rykelmo Souza – a mãe do jogador segue sem acordo com a diretoria da equipe.
O Estado conversou com Rosana Souza, mãe de Rykelmo, e com as outras sete famílias que ainda não foram indenizadas. Pais e mães dos garotos divergem quanto à possibilidade de um acerto financeiro. Alguns estão otimistas em resolver a situação sem ir à Justiça, outros não veem dessa forma, como é o caso de Rosana, que já entrou com um processo judicial contra o clube. Um ponto, no entanto, une todos eles, conforme disseram ao Estado: a omissão e o descaso do clube na questão.
“O Flamengo está irredutível e as famílias estão indignadas com sua diretoria pela ausência total de diálogo. Estão se sentindo abandonados”, diz o defensor público do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Pacheco.
Assim que as mortes foram confirmadas, a Defensoria Pública e o Ministério Público do Rio foram chamados pelo Flamengo para ajudar num acordo. O clube, porém, que paga ajuda mensal de custo de R$ 5 mil às famílias, não concordou com a proposta apresentada na ação coletiva e passou a negociar individualmente com cada uma delas. Estabelecendo parâmetro de indenização a partir de uma das famílias, o clube se fortaleceu para não negociar valores superiores com os demais. Valores não são revelados porque há uma cláusula de confidencialidade.
Estadão Conteúdo
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