O ministro do Interior e vice-premier da Itália, Matteo Salvini, anunciou nesta quarta-feira (31) que autorizará nas próximas horas o desembarque de 116 migrantes resgatados há cinco dias pela Guarda Costeira.
Segundo o líder do partido ultranacionalista Liga, a medida foi tomada porque cinco países da União Europeia – Alemanha, França, Irlanda, Luxemburgo e Portugal – e a Igreja Católica na Itália aceitaram acolher os deslocados internacionais.
“Nas próximas horas, darei autorização ao desembarque porque temos certeza de que os migrantes não ficarão a cargo dos cidadãos italianos. O problema está resolvido”, disse Salvini, durante transmissão ao vivo no Facebook.
O navio Gregoretti resgatou 131 pessoas na madrugada de 26 de julho, no Mar Mediterrâneo, após o pesqueiro em que elas estavam ter naufragado. A embarcação seguiu para o porto militar de Augusta, na Sicília, mas apenas 15 menores de idade haviam sido autorizados a desembarcar.
Segundo o procurador da República em Siracusa, Fabio Scavone, entre os remanescentes no Gregoretti há 29 pessoas com problemas de saúde, incluindo 20 indivíduos com sarna e um com tuberculose. O grupo de 116 migrantes compartilhava apenas um banheiro.
Essa não é a primeira vez que Salvini impede o desembarque de pessoas salvas pelas próprias autoridades italianas. O ministro escapou recentemente de um processo por sequestro, abuso de poder e prisão ilegal no caso do navio Diciotti, também da Guarda Costeira, que havia sido bloqueado na Sicília com mais de 150 migrantes a bordo.
Na ocasião, o Senado rejeitou a abertura do processo contra Salvini, que tem foro privilegiado. (ANSA)
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