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Protagonistas nacionais, partidos de Lula e Bolsonaro apostam em regiões diferentes nas eleições municipais

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Protagonistas nacionais, partidos de Lula e Bolsonaro apostam em regiões diferentes nas eleições municipais
Lula e Bolsonaro durante debate na televisão (Crédito: Reuters)

Dois anos depois de protagonizarem a disputa presidencial mais acirrada desde a redemocratização, entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro, PT e PL chegam às eleições de 2024 com o objetivo de reproduzir nos municípios a estatura que atingiram nacionalmente — as siglas ostentam ainda as maiores bancadas da Câmara Federal.

Para isso, os partidos organizam a distribuição de suas candidaturas a prefeito e vereador com base nas regiões onde elegeram mais governadores, parlamentares e na popularidade do atual e do ex-presidente, principais cabos eleitorais do país.

PL reforça espólio da direita na região Sul
Presidente da legenda de Bolsonaro, o ex-deputado Valdemar Costa Neto chegou a estabelecer uma ambiciosa meta de eleger 1.500 prefeitos em outubro — número que desbancaria o PSD de Gilberto Kassab como líder no quesito. Mantendo ou não esse objetivo, o PL registrou 35.576 candidaturas a prefeito e vereador, de acordo com os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Do total, 6.737 estão em São Paulo, onde o partido lançou nomes conhecidos do bolsonarismo e reforçou a atuação nas cidades do interior, onde a força das campanhas de direita é histórica. Para além dos nomes mais ideológicos, o PL busca manter redutos em cidades do Alto Tietê e aposta em colégios eleitorais relevantes, como Santos.

Em seguida aparecem Minas Gerais, com 5.214 candidaturas, Paraná (3.111), Santa Catarina (2.892) e Rio Grande do Sul (2.870) — os três estados que formam a região Sul e deram maioria dos votos a Bolsonaro em sua tentativa de reeleição. No caso das cidades catarinenses, a sigla conta ainda com o governador Jorginho Mello como cabo eleitoral — entre os candidatos mais conhecidos, há Jair Renan, filho do ex-presidente, em Balneário Camboriú.

O partido ainda tenta quebrar a hegemonia de partidos de esquerda no Rio Grande do Norte, onde Rogério Marinho, que liderava a oposição Senado, se licenciou da Casa para trabalhar pela formação de chapas competitivas de seu partido. No estado, o PL tem 715 candidaturas, superando o PT da governadora Fátima Bezerra, que lançou 535.

Por outro lado, redutos petistas como o Piauí terão somente 108 nomes do PL na disputa (o PT tem 1.893). Roraima (81) concentra o menor número de concorrentes pelo partido.

Minas e Bahia no centro dos esforços petistas

Apostando na ampliação de seu arco de alianças a nível federal, o PT abriu mão de disputar as prefeituras de 13 capitais e diversas cidades grandes pelo país. Como efeito, registrou 29.625 candidaturas a prefeito e vereador neste ano, longe das siglas com mais postulantes.

O estado com mais candidatos petistas é Minas Gerais (4.553), seguido por São Paulo, com 3.376 — 3.301 a menos do que o PL, demonstrando a diferença de estratégia das legendas. Em seguida, aparecem Bahia (2.887), Rio Grande do Sul (2.682) e Paraná (2.056).

O partido governa a Bahia há 18 anos e terá quase 2 mil postulantes a mais no estado do que o PL. Outro reduto petista desde os mandatos de Camilo Santana (hoje ministro da Educação), o Ceará também é central nos esforços da agremiação de Lula, com 1.666 concorrentes (o PL tem 576). Na capital Fortaleza, por exemplo, a legenda tem no deputado estadual Evandro Leitão uma de suas principais apostas.

Em redutos da direita, como Santa Catarina, há 1.608 candidaturas petistas. O estado com menor número de postulantes também é Roraima (17). LR

 

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