
O projeto de lei apresentado pelo Executivo Municipal, que trata da reforma da previdência dos servidores públicos, tem gerado grande preocupação e revolta, especialmente entre os aposentados vinculados ao Ipreven (Instituto de Previdência Municipal). O texto traz pontos considerados extremamente delicados, que impactam diretamente a vida financeira de quem já se aposentou após décadas de contribuição.
Entre as mudanças mais polêmicas está a possibilidade de cobrança de 14% sobre os proventos dos aposentados, medida que tem sido motivo de protestos constantes na Câmara Municipal. Na última sessão ordinária, diversos servidores aposentados compareceram ao plenário usando narizes de palhaço e portando cartazes com pedidos de justiça e por uma reforma que não os penalize.
A insatisfação, que já era evidente nas sessões legislativas, ganhou ainda mais força nas redes sociais. Em uma publicação na página do Blog do Toninho no Facebook, a ex-vereadora Lucimara Dias criticou duramente a proposta. “Essa reforma é destruidora de pessoas, de uma maldade gigantesca”, afirmou.
Lucimara também alertou para outro ponto preocupante do projeto: a possibilidade de extinção da pensão por morte após cinco anos. “Uma esposa que sempre foi do lar, fica viúva aos 70 anos e, aos 75, perde a pensão deixada por seu marido, servidor público que contribuiu por 30 anos ou mais. É desumano”, desabafou.
Durante a última sessão, o vereador Tufy Nicolau (PSD) demonstrou sua inquietação com a proposta. Ele destacou que não é contra uma reforma previdenciária, mas sim contra os termos do projeto encaminhado pelo Executivo. “Estão tentando criar um clima de terror, dizendo que, sem essa reforma, o município perderá recursos e emendas parlamentares. Isso é balela, uma tentativa de mascarar a realidade de uma proposta absurda como essa”, afirmou o parlamentar.
A reforma da previdência municipal se tornou o principal tema político da cidade nos últimos dias. Com a repercussão crescente na imprensa e nas redes sociais, a população começa a se inteirar sobre os detalhes do projeto e, ao que tudo indica, tende a apoiar os aposentados nessa luta por justiça e dignidade. AMN