Um procedimento inédito no Brasil é realizado no Hospital Regional do Câncer de Presidente Prudente (HRCPP) e teve a parceria da Unoeste, por meio do médico mastologista e docente do curso de Medicina, Rafael da Silva Sá. A cirurgia em câncer de mama utilizou pela primeira vez a inovadora técnica do Indocianina Verde associado à fluorescência, que vem como uma opção melhor e de mais fácil acesso para localização do linfonodo sentinela.
De acordo com o médico, que também é membro da Sociedade Brasileira de Mastologia, esta técnica é muito nova e exige material de câmeras de vídeo de alta tecnologia, por isso não havia sido realizada no país. “Este procedimento faz parte da minha pesquisa de doutorado pela Universidade Federal de São Paulo [Unifesp] e trazer a técnica para o Hospital do Câncer de Presidente Prudente tem a importância de beneficiar e oferecer tratamento de ponta através da alta tecnologia e qualidade para pacientes usuárias do Sistema Único de Saúde [SUS] da região”, fala.
Rafael explica ainda que a biópsia do linfonodo sentinela é uma técnica cirúrgica para o câncer de mama que visa evitar a linfadenectomia, que é a retirada de todos os linfonodos axiliares, uma cirurgia mais agressiva que pode gerar mais riscos e implicar na piora da qualidade de vida das pacientes. “Deste modo, para localizar o linfonodo sentinela [primeiro e principal linfonodo que recebe a drenagem mamária das células malignas], é necessário usar algum marcador. No Brasil, até o momento, existiam o azul patente, que é mais barato e de pior qualidade, e o tecnécio99, mais caro e que necessita da medicina nuclear para ser utilizado, além de não ser liberado na rotina do SUS. O verde indocianina associado à fluorescência já é usado na Itália e Japão. A previsão é que seja realizada a técnica no Hospital do Câncer de Prudente pelo menos em uma cirurgia por semana”, explica.
Entre os benefícios do procedimento, segundo o médico, estão a visualização da drenagem linfática em tempo real, menor risco de alergia e de a mama ficar corada definitivamente, além do menor tempo cirúrgico.
“Tenho a ideia e o objetivo de divulgar ainda mais a experiência desta nova técnica para os meus alunos, já que é importante que eles aprendam e vejam de perto as novidades no tratamento do câncer de mama. Como professor e pesquisador, tenho o grande privilégio de estudar e divulgar uma terapia inovadora à comunidade científica”, finaliza Rafael.
Unoeste
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