O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Assis “foram enganados” e não serão processados por posse de passaportes falsos, informaram fontes judiciais do Paraguai nesta quinta-feira.
Os documentos em questão foram utilizados pela dupla na quarta-feira, ao chegar a Assunção.
O procurador encarregado do caso, Federico Delfino, recomendou à Justiça a suspensão do processo contra os dois, “sob a condição” de que Ronaldo e Assis “admitam o delito pelo qual foram acusados: uso de documento de conteúdo falso”.
“Pudemos indiciar várias pessoas por distintos fatos (…) por organização criminosa. Ronaldinho e seu irmão Roberto revelaram dados relevantes para a investigação e por este motivo poderão ser beneficiados…”, explicou o representante do Ministério Público.
Ronaldinho e seu irmão “foram surpreendidos em sua boa fé ao receberem documentos paraguaios apócrifos de conteúdo falso”, explicou Delfino.
“As informações que deram estão sendo muito úteis para desbaratar um grupo criminoso dedicado à produção de documentos falsos”.
Ronaldinho compareceu à promotoria durante a manhã, com o advogado paraguaio Adolfo Marín, verificou a AFP.
De acordo com o investigador Gilberto Freitas, diretor do setor policial de investigação da Comissão de Atos Puníveis, Ronaldinho recebeu passaportes falsos das mãos do empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira, com os quais entrou no Paraguai. Lira encontra-se preso.
Delfino revelou que a falsidade dos documentos foi verificada desde a sua chegada no aeroporto de Assunção.
“Ao serem verificados no sistema e consultados pelos agentes de migração, evidentemente apresentaram passaportes paraguaios adulterados. A partir desse momento foi apresentada a denúncia diante da promotoria e prosseguiram os trabalhos de inspeção onde foram encontrados passaportes adulterados e carteiras de identidade falsas”.
A Justiça brasileira suspendeu o passaporte de Ronaldinho no final de 2018, quando lhe foi imposta uma multa de US$ 2,5 milhões, que nunca pagou. O ex-jogador foi multado por contaminar as margens do rio Guaíba, em Porto Alegre, ao construir um cais e uma plataforma em uma área de preservação ambiental, segundo a imprensa.
No ano passado, Ronaldinho e o irmão chegaram a um acordo com o MP para receber os documentos de volta.
AFP
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