A Polícia Civil deve apurar o suposto estupro contra um adolescente de 15 anos, em Presidente Prudente. O suspeito é o cunhado do garoto, de 27 anos. O Boletim de Ocorrência foi registrado na noite desta terça-feira (4), na Delegacia Participativa.
A Polícia Militar foi acionada à Avenida Raimundo Maiolini, no distrito de Montalvão, pois um indivíduo alegava ter sido estuprado. No local, com base nas características, os policiais encontraram o adolescente em um ponto de ônibus.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, o garoto contou que, na semana passada, o cunhado teria agredido a sua irmã e que ele foi ao trabalho do indivíduo para “tirar satisfação” sobre o fato. O cunhado lhe disse que naquele momento não podia conversar, pois estava trabalhando.
Então, mais tarde o homem chamou o adolescente para conversar, quando foram para uma mata a um quilômetro do local. O garoto disse à polícia que o cunhado lhe tirou a roupa “de forma abrupta, o segurou e manteve relação anal”.
Questionado se estava machucado, o adolescente disse que não e que sentia apenas dor. Ele também se declarou homossexual.
A polícia pediu ao garoto para indicar onde era a casa do suspeito. As equipes foram até lá e o abordaram. Cientificado do motivo pelo qual seria conduzido à delegacia, o homem negou o fato e acompanhou os militares.
Conforme o registro da Polícia Civil, o adolescente disse que “não queria narrar o fato neste momento, mas disse que foi estuprado e que queria Justiça”.
A mãe do garoto estava junto e disse “apenas que sabia que ele alegava ter sido estuprado” e “não fez questão de dizer mais nada”. Ela também declarou “não desejar que a investigação tenha prosseguimento”, segundo o boletim.
“O escrivão narrou que, enquanto eram qualificadas as partes no RDO, o filho, que estava ao lado da mãe, ao ouvi-la em uma ligação dizer que não tinha acontecido nada de grave, ficou muito nervoso e deixou a sala e as dependências do prédio da delegacia”, de acordo com o documento.
Após alguns minutos ele foi localizado pelos policiais em uma via pública. A mãe “alegou que o filho é problemático e poderia se matar” e, ao ser questionada sobre se o filho poderia estar mentindo sobre o estupro, “por vingança”, ela respondeu “Eu sei lá”.
O homem, durante questionamentos, disse à polícia que o adolescente tem problemas e que já externou à irmã dele, sua convivente, que não o quer mais na residência do casal, porque ele poderia tentar algo contra a própria vida.
O indivíduo declarou que a situação gera brigas entre o casal e que o adolescente não gosta dele.
De acordo com o registro, o homem contou que o adolescente o procurou hoje onde trabalhava, numa obra vizinha à sua casa, e “disse quero sair com você, no sentido de que queria manter relação sexual”. Conforme a versão do homem, o garoto teria insistido, “dizendo que se não mantivesse relação sexual inventaria para a irmã que ele tinha estuprado a filha do casal”.
Então, lhe pediu para que esperasse terminar o trabalho, sendo que logo depois o garoto ligou dizendo para que fosse logo, porque estava ansioso. O homem disse que “apagou as ligações e mensagens com medo da esposa”.
Em seguida, conforme relatou o homem à polícia, o adolescente voltou e os dois foram para uma mata, onde retiraram as roupas e o cunhado iniciou a relação sexual.
Ele disse que não chegou a “fazer direito, até o fim, e que pensou no que estava fazendo e parou. Que então se vestiram e os dois foram embora”. O adolescente teria ficado “nervoso quando disse que não iria prosseguir” e depois foi surpreendido em casa pelos policiais.
“A ocorrência apresentada, com versões confusas e contraditórias, não permite um juízo de certeza sobre ter ocorrido o crime de estupro, assim não se há falar em prisão em flagrante, nem em tipificá-la neste momento com tal natureza, portanto foi determinado pela autoridade policial o registro com a natureza não criminal para apuração de eventual crime de estupro”, coloca o delegado Marcelo Costantini no registro.
Os celulares dos envolvidos foram apreendidos.
O adolescente e o cunhado passaram por exame junto ao Instituto Médico Legal (IML).
A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), que apura crimes de cunho sexual contra menores.
G1/Prudente
14:15:02