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Patrícia Lopes de Oliveira escreve….

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Comentário
NINGUÉM QUER ISSO!
“A sensação de não ter ninguém para ajudar é o que mais dói”


Estive outro dia na Santa Casa de nossa cidade. Então, falo do que vi e não do que me contaram. E a palavra que resume o que vi é “caos”. E caos é confusão e desordem que causam perturbação e transtorno.

Ninguém quer isso!
E quando nos vemos diante daquele quadro caótico, diante de pessoas doentes amontoadas em pequenos espaços. E quando olhamos de perto para a dor dessas pessoas nos questionamos imediatamente: Cadê as autoridades da nossa cidade?

Não pensamos sequer na administração daquele local. Porque essa fase já passou. É tão séria a situação que percebemos que a administração foi vencida em algum momento. O olhar de abandono das pessoas assusta. Ninguém quer ficar doente! Ninguém quer sentir dor!

Mas, a sensação de não ter ninguém para ajudar é o que mais dói. A quem recorrer? O poder executivo municipal poderia ajudar? Temos uma doença descontrolada. São muitas pessoas com “Dengue”.

Aí pensamos na prevenção que não foi bem feita. Não foi! E todo mundo sabe disso. Mas não adianta lamentar. Aí pensamos na Secretaria da Saúde. Pensamos no seu papel, no seu desempenho, na avaliação que a comunidade vem fazendo para essa Secretaria. Parece que ninguém nessa administração pode receber críticas.

A questão não é sobre avaliar isso ou aquilo. Também já passamos dessa fase. A questão é se a administração municipal está ciente da seriedade, da gravidade dessa situação. Porque parece que não! Os venceslauenses estão sofrendo, agonizando por causa de um sistema falho da saúde e da própria administração municipal. Que preocupada em economizar e em tantas outras coisas não agiu como deveria na questão da prevenção da dengue.

Não tivemos uma fiscalização como deveria nos terrenos baldios da cidade. Não tivemos uma campanha efetiva que alertasse sobre a limpeza dos quintais. E a retirada de entulhos foi tardia. E deveria continuar acontecendo. Então, o que resolve?

A Prefeitura segue fazendo eventos. E eventos num local de difícil acesso, com trilhos de trens enferrujados. Tudo para que seja enfiado goela abaixo da comunidade um lugar chamado “centro histórico”. Porque alguém sonhou assim. A Administração municipal tem autorização para usar aquele espaço? Porque a linha férrea tem uma empresa responsável. Não sabemos! Espero que sim! Espero que torne pública essa autorização.

Porque se alguém se machucar naqueles trilhos a conta será cara demais. Um local de costas para a nossa cidade. Um local que afasta as pessoas do comércio. Pensem! E enquanto a administração se esforça para trazer eventos. Parte da população enfrenta o descaso.

Estamos diante de uma cegueira inexplicável. Não se trata de gostar ou não de quem governa os destinos de nossa cidade. Já passamos desse nível. E a cidade somos todos nós. Trata-se do nosso direito de sermos atendidos com decência e com responsabilidade. Seguindo os parâmetros ditados pela lei. A população não precisa pedir nada. Não mais!

Os vereadores estão sendo cobrados. Evidente que sim! Foram eleitos, entre outras coisas, para atender os anseios da população e fiscalizar o executivo municipal.

Naquele momento, diante do hospital lotado e pessoas sofrendo. O primeiro pensamento que temos é pedir ajuda aos vereadores. Porque entendemos que o hospital não consegue. E então, eles poderiam cobrar da administração municipal a sua responsabilidade.

É preciso rapidez nas decisões! Celeridade! Diante de um quadro tão angustiante. Ninguém quer fazer críticas vazias. Muito mais fácil elogiar. No sábado a doutora Carmem estava fazendo seu trabalho. Atendia um e outro conforme podia. Estava além da sua capacidade aquele quadro. Muito além!

A Santa Casa de Presidente Venceslau precisa de uma pessoa com formação em gestão hospitalar. Por motivos óbvios! Sem desmerecer ninguém, mas é necessário.

É hora de pensar sem pisar em ovos. É hora de tomar decisões sem medo de melindrar esse ou aquele. Quem administra uma cidade, administra para o seu povo. Administra para a sua população. Não é sobre ter superávit. Não é sobre este querer ser melhor que aquele. É sobre humanidade! E sobre isso que estamos falando e clamando ao poder público municipal.

Olhe nos olhos desse povo que está nos corredores do hospital em um sábado a tarde. Dói ver essa situação! E dói porque somos seres humanos. Porque conseguimos nos importar com a dor dos outros. Esse é o sentido!
Percebem?


PATRÍCIA LOPES DE OLIVEIRA
Formada em Letras e Direito. Pesquisadora de Projetos Humanitários e Culturais.

15:19:42

Respostas de 2

  1. Perfeita sua colocação !!! Parabéns pelo comentário !!!

  2. Excelente texto, comentários precisos sem ofensa, sem partidarismo,sem meias palavras. Creio eu ser este o sentimento ” Não ter ninguém pra ajudar” , Parabéns Patrícia.

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