A pesquisa revela que, assim como o Alhzeimer, os sinais do Parkinson podem ser detetados no cérebro até 20 anos antes do surgimento dos sintomas da doença, como perda do olfato, prisão de ventre, depressão e distúrbios do sono.
De acordo com os especialistas, alterações nos níveis da dopamina – hormona que atua na ativação e inibição de atividades cerebrais – podem ser responsáveis pelos problemas motores do Parkinson, sendo, portanto, um indicador da doença.
No entanto, o novo estudo, publicado no periódico científico The Lancet Neurology, aponta que a queda nos níveis de serotonina – hormona que regula funções intelectuais, humor e sono – antecedem os da dopamina e, desta forma, podem indicar o risco da doença ainda mais cedo.
“Mostramos que mudanças no sistema da serotonina ocorrem muitos antes de os pacientes apresentarem sintomas. Ou seja, a deteção precoce dessas alterações poderia abrir portas para o desenvolvimento de novas terapias para retardar e, finalmente, prevenir a progressão do Parkinson”, comentou Lily Safra, da King’s College London, no Reino Unido, em declarações ao jornal The Guardian.
Tendo como base os dados apurados, a equipa acredita que exames de imagem voltados para investigar o sistema de produção da serotonina podem tornar-se uma importante ferramenta para detetar indivíduos com risco de desenvolver a doença, permitindo a monitorização do progresso, além de ajudar no desenvolvimento de tratamentos mais eficientes.
Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram da doença de Parkinson. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que, com o aumento da longevidade da população, esta doença aumente nos próximos vinte anos, afectando cerca de 30 mil portugueses.
À escala mundial, estima-se que existam 7 a 10 milhões de pessoas que vivem com esta doença.A sua prevalência aumenta com a idade, sendo rara antes dos 50 anos, e é mais comum nos homens do que nas mulheres. Contudo, em 5% dos casos a Doença de Parkinson surge antes dos 40 anos.
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