O Papa Francisco celebrou nesta segunda-feira uma missa na Basílica de São Pedro dedicada aos “últimos”, os imigrantes, que descreveu como “excluídos da sociedade globalizada”.
Francisco, muito sensível a esta questão que divide o mundo, especialmente a Europa e os Estados Unidos, lembrou sua visita há seis anos à ilha italiana de Lampedusa, símbolo desta tragédia, que recebia milhares de imigrantes da Ásia e da África fugindo das guerras e da fome.
Diante de cerca de 250 convidados, incluindo imigrantes e salva-vidas, o papa pediu em sua homilia para ajudar sem hesitação os imigrantes, os mais vulneráveis da sociedade.
“É uma grande responsabilidade, da qual ninguém pode ficar isento se quisermos cumprir a missão de salvação e libertação a qual o próprio Senhor nos chamou a colaborar”, disse ele.
O pontífice evitou mencionar casos específicos que provocaram controvérsia recentemente, como o de embarcações humanitárias em disputa com o governo italiano por sua política migratória de portos fechados à imigração ou o da capitã alemã Carola Rackete, presa e libertada por resgatar migrantes no meio do Mar Mediterrâneo.
“Penso nos ‘últimos’ que clamam ao Senhor todos os dias, pedindo para serem libertados dos males que os afligem”, declarou Francisco.
“Eles são os últimos enganados e abandonados para morrer no deserto; são os últimos torturados, maltratados e violados em campos de detenção; são os últimos a desafiar as ondas de um mar implacável; são os últimos deixados em campos de uma acolhida que é muito longa para ser chamada de temporária”, lamentou o papa.
AFP
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