Um relatório divulgado pela agência da ONU para Direitos Humanos (Acnudh) afirma que as acusações contra a China sobre crimes contra a minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang são “críveis”.
O documento foi divulgado na quarta-feira (31), último dia da gestão da chilena Michelle Bachelet como alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos.
Segundo o relatório, há evidências “críveis” sobre a prática de tortura e maus-tratos, incluindo tratamentos médicos forçados, condições críticas de prisão e políticas discriminatórias de controle de natalidade, contra os uigures em Xinjiang.
“O alcance das prisões arbitrárias e discriminatórias dos uigures e outros grupos muçulmanos pode constituir crime internacional e crime contra a humanidade”, afirma o Acnudh, que cobra uma “atenção urgente” da parte do governo chinês e dos organismos internacional.
Bachelet, que já foi acusada de ter sido excessivamente indulgente com Pequim sobre os direitos humanos, afirmou que dialogar com o país “não significa fechar os olhos”. “Tentar entender melhor não significa que somos tolerantes”, afirmou a chilena.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já acusou a China de cometer um “genocídio” contra os uigures, e organizações internacionais denunciam crimes em larga escala contra a minoria.
Reação – O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, disse nesta quinta-feira (1º) que o relatório do Acnudh é um “instrumento político” que foi “planejado e inventado pelos Estados Unidos e algumas forças ocidentais”.
“É um apanhado de desinformações para usar Xinjiang para controlar a China”, acrescentou. Pequim alega que os centros de detenção para uigures são apenas locais para “requalificação e formação” projetados para combater o “radicalismo religioso”.
Ansa
11:20:02