A Amnistia Internacional alertou em um relatório divulgado nesta quinta-feira (28) que quase 200 crianças e adolescentes seguem detidas na Venezuela.
Os menores de idade foram capturados pelas forças policiais leais ao presidente do país, Nicolás Maduro, durante os protestos deflagrados contra a reeleição do mandatário no polêmico e contestado pleito de 28 de julho.
“As histórias que ouvimos são simplesmente comoventes. Todos estes jovens terão de lidar durante anos com as cicatrizes inimagináveis causadas por esta experiência terrível”, disse a secretária-geral da organização, Agnès Callamard, acrescentando que os abusos documentados mostram “violações grandes, generalizadas e sistemáticas” dos direitos humanos.
Segundo o dossiê da Anistia Internacional, o tratamento que as autoridades de Caracas dão aos presos políticos desencadearam inúmeros casos de tentativas de suicídio, paralisia facial, colapsos nervosos, depressão, ataques de pânico e autoisolamento.
Por fim, Callamard acusou o governo Maduro de perseguir pessoas com qualquer indício de dissidência tanto na esfera política como social. Além disso, ela alertou que a Venezuela “cruzou uma linha que nenhum Estado deveria cruzar”. (ANSA).