Você certamente já deve ter ouvido falar de psoríase, uma doença inflamatória crônica, não contagiosa, que atinge cerca de 2% da população mundial.
No Brasil, segundo dados de uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela acomete 1,31% das pessoas, sendo mais prevalente no Sul (1,86%) e no Sudeste (1,88%), possivelmente por conta de menor irradiação solar e da maior ascendência europeia nessas regiões.
Ricardo Romiti, coordenador do Ambulatório de Psoríase do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador nacional da Campanha de Psoríase da SBD, explica que a enfermidade inicia-se, geralmente, na faixa dos 20 aos 30 anos, em ambos os sexos, e tende a persistir por toda a vida, com períodos de melhora e piora.
Sua causa é multifatorial, e passa pela predisposição genética. “Cerca de ⅓ dos pacientes têm algum familiar com o problema, e que não necessariamente é passado de pai para filho. O mais comum é se manifestar em outras gerações”, diz o médico.
Diversos fatores ambientais também podem ser o gatilho para o surgimento ou o agravamento da patologia, como estresse, tempo frio, uso de alguns medicamentos (antidepressivos e anti-inflamatórios, por exemplo), infecções, em especial a de garganta, tabagismo e consumo excessivo de álcool.
E há ainda interferência do sistema imunológico no desenvolvimento da patologia. A explicação é que os linfócitos (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias que atacam as células cutâneas saudáveis, fazendo com que elas sejam produzidas em maior quantidade e tenham o seu ciclo evolutivo antecipado.
“Em uma pessoa saudável, o amadurecimento da camada mais superficial da pele se dá em, mais ou menos, um mês. Nas que têm psoríase, esse ritmo é acelerado, e o resultado é a descamação”, comenta Romiti.
G1
15:00:03