Em algum momento entre dois milhões e três milhões de anos atrás, ancestrais do que viria a ser o Homo sapiens “perderam” um gene. Na verdade, as funções do gene CMAH foram completamente desativadas no organismo. Essa característica foi passada adiante, ao longo da cadeia da evolução, e esse ramo deu origem ao Homo sapiens – coisa de 200 mil anos atrás.
Evoluímos. Desenvolvemo-nos. Entretanto, esse CMAH desativado trouxe uma característica nada positiva à nossa espécie: a propensão a sofrer ataques cardíacos – ou, tecnicamente, enfarte agudo no miocárdio.
Esta é a principal conclusão de um estudo divulgado nesta semana por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos. O material foi publicado pelo periódico científico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).
Segundo os pesquisadores, isto explica por que os ataques cardíacos coronarianos são tão comuns em seres humanos, ao mesmo tempo em que “virtualmente inexistentes” em outros mamíferos, inclusive os nossos parentes chimpanzés. Há indícios de ataques do coração em baleias-cachalotes e golfinhos, mas são poucos.
G1
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