O número de pacientes autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a importar canabidiol (CBD), composto feito a partir da planta da maconha, cresceu nove vezes em quatro anos, segundo dados do órgão. A partir de 2020, esse e outros compostos poderão ser produzidos e comercializados em território nacional, como prevê regulamentação da agência, aprovada nesta semana. Enquanto isso, as pessoas que dependem desse remédio precisam de autorização da Anvisa para trazer o produto de fora.
Segundo dados da agência, o total de pacientes com cadastro aprovado para importar o canabidiol passou de 826 em 2015 para os atuais 7.786, alta de 842%. O ano de 2019 bateu o recorde de novos pacientes cadastrados: 2.726 até o terceiro trimestre. O número já é maior do que o registrado em todo o ano passado: 2.371. “Acredito que (o aumento) esteja relacionado ao acesso à informação e ao reconhecimento das doenças para as quais o tratamento está sendo indicado”, destaca a médica Paula Dall’Stella, especialista em cannabis medicinal.
Neurocirurgião funcional e um dos primeiros médicos a prescrever o canabidiol no País, Pedro Pierro confirma que, com novos estudos, mais doenças passaram a ser tratadas com CBD. “Comecei a prescrever essas medicações em 2014. Nos primeiros anos, só prescrevia para epilepsia. Hoje, prescrevo para muito mais doenças porque novos estudos foram sendo lançados e isso nos deu mais segurança”, detalha o médico.
Atualmente, ele receita o remédio para condições como dor crônica, Parkinson, Síndrome de Tourret, autismo, distúrbios de sono, ansiedade, esclerose múltipla, entre outras. Para o médico, a maior divulgação dessa opção terapêutica na mídia também colaborou para o aumento no número de pacientes interessados.
Agência Brasil
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