A guerra em grande escala na Ucrânia, juntamente com conflitos em outras partes do mundo e os efeitos das mudanças climáticas, resultou em um número recorde de pessoas deslocadas de suas casas em 2022, aumentando a urgência de uma ação imediata e coletiva para aliviar as causas e o impacto do deslocamento.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (14) pela agência da ONU para refugiados (Acnur) em seu principal relatório anual, Tendências Globais sobre Deslocamento Forçado 2022.
De acordo com o estudo, até o final de 2022, o número de pessoas deslocadas por guerra, perseguição, violência e violações de direitos humanos atingiu o recorde de 108,4 milhões, um crescimento de 19,1 milhões em relação ao ano anterior. Este é o maior aumento já registrado.
A Acnur revela ainda que a trajetória ascendente do deslocamento forçado global não mostrou sinais de desaceleração em 2023 com o conflito no Sudão, que causou novos fluxos de saída e elevou o total global para uma estimativa de 110 milhões até maio.
“Esses números nos mostram que algumas pessoas são rápidas demais para correr para o conflito e lentas demais para encontrar soluções. A consequência é a devastação, o deslocamento e a angústia para casa uma das milhões de pessoas arrancadas à força de suas casas”, disse o alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi.
Do total global, 35,3 milhões são refugiados, pessoas que cruzaram uma fronteira internacional em busca de proteção, enquanto um grupo maior – 58%, representando 62,5 milhões de pessoas – foram deslocadas internamente em seus países de origem devido a conflitos e violência.
ANSA