A defesa de Cíntia Mariano Dias Cabral, a madrasta presa por suspeita de envenenar dois enteados no Rio, informou que ela sustenta sua inocência. Segundo o advogado Carlos Augusto dos Santos, que atua no caso, a mulher de 49 anos nega ter confessado o crime entre familiares, conforme consta no depoimento de um de seus filhos biológicos à Polícia Civil. Os advogados planejam explorar o conflito de versões como estratégia de defesa.
Cíntia está presa temporariamente desde sexta-feira, 20, e foi mantida em cárcere pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), após audiência de custódia na tarde deste domingo, 22. Segundo Santos, o juiz da audiência de Custódia justificou que eventual revogação da prisão temporária deve acontecer no mesmo juízo que a decretou, a 3ª Vara Criminal do TJ-RJ. A defesa planeja pedir a revogação da prisão e, caso não tenha sucesso, impetrar habeas corpus na 2ª instância. Os advogados definem a prisão como “arbitrária e precipItada”, e alegam que Cíntia tem colaborado com a investigação.
Um dos filhos de Cíntia disse aos policiais que a mãe admitiu, em conversa, ter colocado chumbinho no prato de feijão servido ao enteado Bruno Cabral, de 16 anos. No depoimento registrado na 33ª Delegacia de Polícia (DP), em Realengo, zona oeste do Rio, o filho de Cíntia disse que a mãe também teria confessado o envenenamento da enteada, dois meses antes. Fernanda Cabral, de 22 anos, morreu no fim de março, dias após passar mal imediatamente depois de almoçar na casa da família. Segundo o rapaz, a mãe teria confessado que agiu por ciúmes da relação do companheiro com os filhos, Bruno e Fernanda.
Cíntia nega a versão, dizem os advogados. Santos e o sócio, Raphael Souza, que também advoga no caso, sustentam que a mulher compareceu três vezes para depor à Polícia Civil. Nas duas primeiras, sem a presença de advogados, Cíntia não confessou o suposto crime e, no terceiro depoimento, já acompanhada dos advogados, permaneceu em silêncio.
Santos diz suspeitar da motivação do filho biológico da mulher, com quem ela teria relação “conturbada”. Ele sugeriu que vai usar o contexto familiar e o conflito de versões na estratégia da defesa.
Estadão Conteúdo
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