Um casal dos Estados Unidos está processando uma clínica e um laboratório após a troca de espermas num procedimento de fertilização in vitro. Daphna e Alexander Cardinale perceberam o erro logo após o nascimento do bebê, uma menina, que não tinha nenhuma semelhança com o casal.
Conforme a emissora BBC, a história foi revelada nesta segunda-feira durante entrevista coletiva. Consta no processo que o casal procurou ajuda da clínica California Center for Reproductive Health (CCRH) no verão de 2018. O laboratório de embriologia In VitroTech Labs também atuou no procedimento. Daphna deu à luz no ano seguinte.
Na sala de parto, a mulher conta que esperava “uma criança de pele clara”, como o primogênito do casal, mas ficou surpresa ao ver que a menina “tinha a pele muito mais escura”. A mulher relata que a situação “foi tão chocante” que o marido “realmente deu vários passos para longe de onde estava, recuando contra a parede”.
Quase dois meses depois do nascimento, a família decidiu fazer testes de DNA, o que acabou determinando que eles não eram biologicamente relacionados ao bebê.
Troca das crianças
A clínica então passou a atuar no processo para encontrar a família que gerou a filha dos Cardinale, que havia nascido uma semana após o primeiro bebê. Após vários encontros, os casais concordaram em passar pelo processo legal de troca formal das crianças, o que ocorreu em janeiro de 2020.
— Em vez de amamentar meu próprio filho, amamentei e criei um vínculo com uma criança que mais tarde fui forçada a dar. O horror desta situação não pode ser subestimado — disse Daphna em entrevista coletiva.
A defesa do casal conta que ambos precisaram passar por tratamentos psicológicos após o ocorrido, com sintomas de ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. O outro casal que enfrentou a troca de bebês também está processando a clínica, mas decidiu permanecer em anonimato. Procuradas, nenhuma das empresas envolvidas no erro quis comentar o caso.
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