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Metade dos povos indígenas isolados é alvo de religiosos

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A nomeação de um ex-missionário evangélico para a coordenação da área de indígenas isolados da Funai reacendeu uma polêmica que vinha adormecida desde os anos 1990, quando o órgão suspendeu a entrada em terras indígenas de missões religiosas que ameaçavam pôr em risco a política de não contato, sustentada pela Constituição de 1988. Trinta anos depois, a investida de evangelizadores continua e já atinge 13 dos 28 povos reconhecidos em situação de total isolamento. A diferença é que, agora, esses missionários, se sentem respaldados pelo discurso do atual governo.

Levantamento feito pelo GLOBO de denúncias da entrada de missionários evangélicos em terras indígenas feitas ao Ministério Público Federal (MPF), dados da Funai e do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI) mostra que a maioria das ocorrências está no Vale do Javari (AM), região com a maior concentração de nativos isolados do mundo. Além do Javari, com o registro de ameaça a dez povos, há ainda ocorrências nas terras indígenas Mamoadate (AC) e Hi-Merimã (AM).

Em entrevista exclusiva, Sydney Possuelo, presidente da Funai entre 1991 e 1993, destaca que aproximação, mesmo que com o “melhor sentimento”, representa risco de saúde para os povos isolados.

Globo
10:20:03

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