Mais de 72.000 mortes e desaparecimentos foram documentados em rotas migratórias de todo o mundo na última década, a maioria em países afetados por crises, informou nesta terça-feira (29) a Organização das Nações Unidas.
No ano passado, também se registrou o maior número de mortes de migrantes até o dia de hoje, com pelo menos 8.938 mortes em rotas migratórias, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Em um novo relatório, a agência da ONU concluiu que quase 75% de todas as mortes e desaparecimentos de migrantes registrados desde 2014 ocorreram enquanto as pessoas fugiam da insegurança, de conflitos, de desastres e de outras crises humanitárias.
A OIM disse que seu Projeto Migrantes Desaparecidos “documentou mais de 72.000 mortes e desaparecimentos em rotas migratórias de todo o mundo desde 2014”.
Desde então se determinou que mais de 52.000 pessoas morreram enquanto tentavam fugir de algum dos 40 países do mundo onde a ONU mantém um plano de resposta à crise ou de assistência humanitária.
Além disso, um a cada quatro migrantes mortos vinha de países afetados por crises humanitárias, com milhares de afegãos, rohingyas e sírios documentados como mortos em rotas migratórias em todo o mundo.
O Mediterrâneo central segue sendo a rota mais mortal, com quase 25.000 pessoas desaparecidas no mar durante a última década, segundo a OIM.
Mais de 12.000 dessas mortes ocorreram após partirem da Líbia e muitas outras pessoas desapareceram enquanto cruzavam o deserto do Saara, detalha o relatório. Mais de 5.000 pessoas também morreram nos últimos dez anos tentando sair do Afeganistão, muitos deles depois de que os talibãs retomaram o poder em 2021.
Mais de 3.100 membros da minoria rohingyas de Mianmar morreram durante esse período, muitos em naufrágios ao tentar cruzar para Bangladesh. AFP