Já atrasado para definir a estrutura da COP 30, que acontece em Belém em novembro deste ano, o governo brasileiro deve anunciar nesta terça-feira o embaixador André Corrêa do Lago como o presidente da conferência, disseram à Reuters fontes que acompanham as conversas na Presidência da República.
A definição do presidente da COP servirá para o governo brasileiro colocar na rua a montagem da estrutura de lideranças que devem levar adiante as negociações para o que promete ser uma das conferências mais difíceis dos últimos anos, com disputas duras sobre financiamento e as novas Contribuição Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês).
Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, Corrêa do Lago é o negociador do Brasil na COP desde 2023, e já havia feito o mesmo papel entre 2011 e 2013, além de trabalhar com desenvolvimento sustentável desde 2001. Nome de consenso no governo pela capacidade negociadora, o embaixador não foi anunciado oficialmente mas é desde o final de 2024 dado como nome único para assumir a posição.
O cargo, que serve de facilitador e mediador das diferentes posições levadas pelos países à conferência, é considerado essencial para o sucesso da COP. Nos dois últimos anos, em Dubai e no Azerbaijão, a presidência dos dois países sofreu críticas pesadas.
Fontes ouvidas pela Reuters no governo afirmam que Corrêa do Lago é hoje o melhor nome, já que não apenas conhece todas as negociações do clima como tem com trânsito com todos os setores envolvidos dentro do próprio governo. Foi ele o responsável, por exemplo, em resolver o impasse entre países desenvolvidos e o sul global nas negociações do G20 sobre clima, que ameaçavam paralisar o comunicado da cúpula. EC