A Justiça Federal de Campo Grande, no Mato Grosso, absolveu, na última quinta-feira (16), o piloto de helicóptero Felipe Ramos Morais, de 34 anos, que era acusado pelo MPF (Ministério Público Federal) de ter cometido os crimes de lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas.
Detido entre maio de 2018 e abril de 2021, o piloto acertou uma delação premiada. Nela, denunciou práticas criminosas que culminaram em pelo menos duas operações da PF (Polícia Federal), que tinham como objetivo a lavagem de dinheiro da facção criminosa paulista. Desde que foi solto, vive escondido, já que é visto como atual inimigo número 1 do PCC.
A decisão de absolvê-lo foi do juiz federal Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande. O magistrado argumentou que havia falta de provas. Além do piloto, foram absolvidos outros quatro denunciados. No entanto, o juiz condenou outras 15 pessoas acusadas pelo MPF pelos mesmos crimes.
De acordo com a denúncia do MPF, Morais tinha contato “direto e frequente” com membros do PCC. Apesar de se apresentar como proprietário de empresa de transporte aéreo e piloto de helicópteros, com rendimentos mensais de até R$ 100 mil, a promotoria o acusa de prestar serviços à facção paulista durante anos, fazendo transporte de drogas e de pessoas.
O próprio piloto, na delação prestada dentro da cadeia (obtida pelo Núcleo de Jornalismo Investigativo da Record TV), admitiu ter feito voos para o PCC. Entre esses voos, ele admitiu ter pilotado o helicóptero que levou para a morte no Ceará, em fevereiro de 2018, Rogério Jeremias de Simone, o vulgo Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, considerados até então os principais líderes da facção criminosa paulista em liberdade.
R7
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