Beatriz Sttefany Vilella, uma das jovens atacadas com fogo no último sábado (10) na Zona Oeste do Rio de Janeiro, contou que o agressor a procurou depois para tentar calá-la.
“No outro dia eles voltaram querendo conversar, [e pediu] que eu entrasse dentro do carro e ofereceu dinheiro para a gente ficar quieta, não falar nada nem sair na reportagem falando isso tudo”, afirmou Beatriz.
O vídeo que mostra a ação foi exibido na rede social do Bangu Notícias e ganhou repercussão neste domingo (11).
O motorista filmou o carona lançando as chamas (relembre abaixo). No vídeo, é possível ver o rosto do suspeito. Ele aparece gargalhando. A filmagem, feita de dentro do carro, mostra ainda um pouco do trajeto que eles fizeram depois de atingir Beatriz.
Gabrielle Victória, que acompanhava Beatriz no ponto de programa em Bangu, disse que a agressão partiu de um HB20 preto “com quatro meninos dentro”. Ela contou que, antes da agressão, o mesmo carro já tinha passado no local e que os homens xingaram e ofenderam as garotas que estavam no ponto.
“Passou um tempo, esse carro voltou com os vidros de trás levantados e os dois da frente baixados. A gente achou que era programa”, narrou.
“Quando nós fomos botar a cara, ele [carona] levantou o desodorante, eu saí rapidamente, mas eu não consegui avisar à Beatriz. Ela não viu. Ele pegou e virou o isqueiro. Pegou um pouquinho na minha trança, mas queimou o cabelo dela todo”, emendou.
Beatriz disse ainda que situações como essas são recorrentes. Há um tempo, tentaram dar um tiro no pé dela, que não acertou.
As duas foram até a 36ª DP (Santa Cruz) denunciar o crime. O registro foi feito como tentativa de lesão corporal e injúria por preconceito.
Agora, através do vídeo, a Polícia Civil tenta identificar quem é o rapaz que aparece nas imagens ateando fogo às jovens.
“A gente quer justiça, ainda mais nesse mundo LGBT”, disse Beatriz.
G1