O escritor austríaco Peter Handke, vencedor do Nobel de Literatura em 2019, já defendeu a “abolição” do prêmio, que, segundo ele, não “contribui em nada” para a leitura.
As declarações foram dadas em 2014, após a designação do francês Patrick Modiano como vencedor da edição daquele ano. Em entrevista à agência austríaca APA, Handke disse na ocasião que o Nobel provoca uma “falsa canonização” da literatura e não gera “nada de bom”.
“O prêmio Nobel deveria ser finalmente abolido”, afirmou, acrescentando que o único benefício de conquistar a honraria é “um momento de atenção nas páginas dos jornais”. Na época, Handke já era tido como candidato a vencer o prêmio. “Claro que isso te pega, mas te incomoda, e você se incomoda consigo mesmo porque pensa: ‘é uma coisa tão indigna’, e ao mesmo tempo você se torna um pouco indigno”, declarou. Nascido em Griffen, em 6 de dezembro de 1942, o escritor de 76 anos vive atualmente na França e sempre gostou de polêmicas.
Na década de 1990, Handke se posicionou abertamente a favor da Sérvia nos conflitos que determinaram o fim da Iugoslávia e criticou os bombardeios da OTAN no país. Além disso, em 2006, discursou no funeral de Slobodan Milosevic, o ex-presidente iugoslavo acusado de crimes de guerra e contra a humanidade.
Em 2016, recebeu um prêmio literário na Itália e dividiu metade da quantia recebida com as populações afetadas pelos terremotos de 24 de agosto daquele ano. (ANSA)
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