Fósseis de Australopithecus encontrados nas cavernas de Sterkfontein, na África do Sul, são mais de 1 milhão de anos mais velhos do que se pensava. A descoberta torna as ossadas mais antigas do que as de Lucy, o fóssil mais famoso do mundo desse gênero de hominídeo.
O estudo foi publicado nesta segunda-feira (27) no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). As cavernas de Sterkfontein ficam em uma área conhecida como o “Berço da Humanidade”, que é um Patrimônio Mundial da Unesco e compreende uma variedade de depósitos com fósseis de humanos antigos.
Darryl Granger, professor da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, desenvolveu um novo método para datar os sedimentos do lugar, incluindo os ossos de Australopithecus. Em estudo anterior, o especialista datou um esqueleto conhecido como Little Foot encontrado nas mesmas cavernas como tendo cerca de 3,7 milhões de anos.
Na nova pesquisa, Granger e seus colaboradores apontam que, não apenas esse exemplar, mas todos os de Sterkfontein têm de 3,4 a 3,7 milhões de anos. A idade coloca os fósseis no início da era do Australopithecus, e não mais perto do fim, como se imaginava. Antes, os cientistas estimavam que a idade deles ia de 2 a 2,5 milhões de anos.
Para realizar as novas estimativas, os pesquisadores usaram espectrometria de massa para medir nuclídeos radioativos nas rochas das cavernas, mais precisamente, aqueles elementos produzidos por raios cósmicos que bombardeiam a Terra e causam reações nucleares dentro das rochas.
Os especialistas também fizeram um mapeamento geológico dos depósitos das cavernas, mostrando como fósseis de diferentes idades teriam sido misturados durante escavações nas décadas de 1930 e 1940, causando uma enorme confusão nas pesquisas.
Galileu
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