A quantidade de filiações partidárias na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo registrou queda de 2,62% neste ano no comparativo com 2018, quando foram realizadas as últimas eleições gerais. Conforme dados levantados pela reportagem junto ao sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o número decresceu de 89.864 para 87.512 pessoas neste período.
Do total de 53 cidades que compõem a região administrativa, 39 tiveram diminuição de filiações partidárias e contribuíram para o cômputo geral. Em Flora Rica, havia 1.047 filiados a partidos em 2018, ao passo que, em 2022, são 799 (-23,69%). Em Santo Anastácio, eram 2.473 e agora são 2.057, ou seja, baixa de 16,82%. Enquanto isso, em Irapuru, o total foi de 1.337 para 1.150 (-13,99%).
Outras 13 contabilizaram aumento. As maiores evoluções foram observadas em Junqueirópolis, onde o total de filiações passou de 1.321 em 2018 para 1.489 neste ano, o que corresponde a uma alta de 12,72%, e em Presidente Prudente, cujo quantitativo saltou de 12.519 para 13.934 (11,30%). Caiuá, por sua vez, manteve em 2022 o número registrado em 2018: 823.
Cenário em queda
O sociólogo prudentino Heitor Ribeiro expõe que o cenário de queda não significa que as pessoas estejam menos interessadas no sistema partidário ou mais descrentes na política brasileira. Segundo ele, até 2018 o Brasil registrou números expressivos de filiações partidárias e, desde então, o quantitativo passou a cair. “Mas, em linhas gerais, o que se observa é que as pessoas costumam se filiar quando estão interessadas em participar de forma mais ativa e se candidatar a cargos políticos, o que justifica essa oscilação”, pondera.
O também sociólogo Marcos Lupércio Ramos corrobora o argumento e acrescenta que o interesse maior por resultados imediatos é preponderante na hora da decisão de filiação a um partido político. “Lembrando que certos segmentos da sociedade têm se filiado a partidos políticos e alguns até criaram outros justamente por não se considerarem representados por seus eleitos”, comenta. “Ou simplesmente para conquistar poder político que represente, em outro momento, ampliação do seu poder econômico e cultural”, completa.
Marcos pontua ainda que o aumento de filiações partidárias pode ser observado principalmente em períodos de eleições municipais, normalmente para candidaturas a cargos de vereadores ou para cumprir a “cota” de participação feminina.
O Imparcial
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