O Exército do Sudão exigiu, nesta segunda-feira (22), a suspensão das barricadas e dos pontos de controle armados pelos manifestantes nas estradas que levam ao quartel-general em Cartum, onde milhares de pessoas estão acampadas para reivindicar um governo civil.
Reunidos no local desde 6 de abril para exigir a saída do presidente Omar al-Bashir, os manifestantes pedem agora a dissolução do Conselho Militar de transição.
Este conselho assumiu o comando do país depois que o Exército destituiu Al-Bashir, em 11 de abril, sob a pressão das ruas. Foram quatro meses de um protesto popular inédito, iniciado pela aumento do preço do pão.
“As estradas devem voltar a se abrir imediatamente para facilitar a circulação de trens e de outros meios de transporte na capital e nos outros estados”, declarou o Conselho Militar em comunicado divulgado nesta segunda-feira.
O Exército destacou a necessidade de garantir a circulação dos “produtos essenciais”.
No domingo, o chefe do Conselho, general Abdel Fatah al-Burhan, já havia pressionado os manifestantes, ao “condenar o bloqueio de estradas e a revista de pessoas sem ter autoridade”.
“Isso não pode continuar, porque a segurança é responsabilidade do Estado”, acrescentou.
Os manifestantes se mantiveram insensíveis às ordens.
“Os pontos de controle continuarão funcionando como antes”, disse a manifestante Kawthar Hasabhallah, de 23 anos, à AFP.
Ontem, os líderes do movimento anunciaram a suspensão das conversas com o Exército sobre uma transferência de poder aos civis e acusaram o Conselho Militar de estar composto de antigo pessoal de Al-Bashir, que governou por três décadas.
AFP
12:30:02