Três ex-jogadores de futebol espanhóis foram condenados nesta quinta-feira a 38 anos de prisão cada um devido ao estupro coletivo de uma menor de idade em 2017, no caso de violência sexual de grande repercussão mais recente da Espanha. Os réus eram Carlos Cuadrado, conhecido como Lucho, de 25 anos; Víctor Rodríguez, o Viti, de 21; e Raúl Calvo, de 20.
Os três homens, que na época jogavam no time de quarta divisão Arandina, sabiam que sua vítima era menor de idade quando a estupraram em seu apartamento em Aranda de Duero, no norte espanhol, disse o juiz. Ao aplicar as penas aos jogadores, o magistrado afirmou ainda que a garota, que tinha menos de 16 anos à época, não foi capaz de reagir à agressão devido à disparidade de idade e de força física entre ela e os agressores.
Os três réus foram condenados por estupro e por ajudar cada um dos outros dois a participar. Olga Navarro, a advogada dos jogadores, classificou a sentença como “constrangedora” e disse que o tribunal está prendendo três jovens inocentes que negaram qualquer delito. Eles insistem que a vítima mentiu. É possível apelar da sentença.
O tema da violência sexual ganhou os holofotes no país na esteira de vários casos, como o da chamada Matilha — cinco homens que foram condenados por estuprarem uma jovem durante o festival anual de corrida de touros de Pamplona. No julgamento da Matilha, assim como em uma série de outros, questionou-se o fato de a lei espanhola atual não reconhecer legalmente o estupro a menos que se tenha usado violência física ou intimidação. O governo socialista criou uma comissão para analisar as partes relevantes do Código Penal.
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