O presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou neste domingo após as Forças Armadas “sugerirem” que ele deixasse o cargo. Morales governava o país desde 2006. “Houve um golpe cívico, político e policial. Meu pecado é ser indígena, líder sindical e plantador de coca”, disse Morales, ao comunicar sua decisão em um pronunciamento na televisão ao lado de seu vice-presidente, Álvaro García Linera, e Gabriela Montaño, ministra da Saúde e ex-presidente do Senado.
Morales justificou sua renúncia para evitar a continuação da violência no país, após três semanas de confrontos entre seus apoiadores e seus críticos. “A vida não acaba aqui, a luta continua”, disse ele no final de seu discurso. No Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também falaram em “golpe de estado” contra o líder boliviano. Por outro lado, o presidente brasileiro Jair Bolsonaro aproveitou o ocorrido para defender o voto impresso, uma de suas principais bandeiras desde as eleições do ano passado – a crise envolvendo Evo começou depois de suspeitas de fraude na sua reeleição, em outubro.
Terra
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