O governo do socialista Pedro Sánchez enfrenta uma alta expressiva da chegada de imigrantes irregulares à Espanha, principalmente às Ilhas Canárias, que se sentem abandonadas por Madri e pela Europa.
Os guardas costeiros não passam um dia sequer sem relatarem a chegada de pelo menos uma embarcação precária transportando dezenas de imigrantes africanos ao arquipélago canário, situado frente à costa noroeste do continente africano.
Diante dessa situação, Sánchez realiza uma viagem de terça (27) a quinta-feira por três países de onde partem muitos dos imigrantes: Mauritânia, Gâmbia e Senegal.
A Mauritânia tornou-se o principal ponto de saída de imigrantes. Segundo uma fonte da presidência do governo espanhol, o país abriga cerca de 200.000 refugiados vítimas da instabilidade no Sahel, entre eles muitos malineses, potenciais candidatos a seguir para as Canárias.
Espera-se que Sánchez ofereça ajuda a esses países – em particular à Mauritânia, que ele já visitou em fevereiro – para incentivá-los a fazer todo o possível para impedir as saídas.
O presidente regional das Canárias, Fernando Clavijo, pediu à União Europeia que assuma suas responsabilidades, para que a região “não tenha que suportar sozinha toda a pressão migratória da Europa”, pois esses imigrantes “chegam à Europa, chegam à Espanha, não chegam apenas às Canárias”.
As Canárias, e em geral a Espanha, são frequentemente apenas uma escala no caminho para outros países europeus. AFP