O Ibovespa (IBOV) disparou nesta quinta-feira, 14, após resultados dos juros via reuniões do Copom e Fed, atingindo 131.776 pontos na máxima do pregão; a alta foi de 1,06% na B3. O cenário é de novo ânimo após o Banco Central encerrar as reuniões do Comitê de Política Monetária com mais um corte de 0,50 pp e deixar os juros no patamar abaixo de 12%.
Na reta final de 2023, o dólar segue performando diferente das expectativas do mercado há 11 meses, quando o Boletim Focus anunciava projeção do câmbio na casa dos R$ 5,30. Na primeira quinzena de dezembro, a pesquisa do Relatório de Mercado mostrou que a expectativa é outra: o câmbio em 2023 passou para R$ 4,95 e em 2024, para R$ 5. Ontem, a moeda fechou em queda, a R$ 4,91.
“Quando o Fed sinaliza que ele deve reduzir a taxa ao longo do ano que vem, é uma novidade para o mercado. Então, o mercado atualiza sua precificação com base nessa taxa que ele passa a enxergar lá na frente e uma redução na taxa de juros significa que os ativos da economia em média vão valer mais. Como a taxa de juros dos Estados Unidos é a referência para o mundo todo, ela impacta todas as economias, incluindo a nossa”, diz Sacha Aprile, CFA e diretor de Operações da Crediblue.
Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed, do mercado financeiro, explica que desde o mês de novembro o principal driver para a bolsa local e internacional foi a queda de juros de mercado nos EUA. Para o especialista, alguns fatores colaboram para um dólar mais comportado nesse momento.
- cenário interno, com uma postura do legislativo apontando para um compromisso fiscal mais robusto
- entrada de capital estrangeiro para investimentos
- visão de que em breve os juros lá fora podem começar a cair. “Isso reduz a expectativa de remuneração dos títulos americanos, gerando maior atratividade do capital para investimento sem países emergentes”, defende.
“Sem definir upside ou preço alvo, podemos ter um 2024 positivo para a bolsa local e internacional. O dólar tende a se manter na faixa entre R$ 4,60 e R$ 5,00 em 2024. Não há muito espaço para quedas abaixo desse patamar”, diz Petrokas.
O clima positivo conversa com os juros doméstico e internacional. Com a Selic 11,75% a.a., a expectativa para 2024 é de mais baixas sucessivas 0,5 ponto percentual, pelo menos entre 9,45% e 9%, conforme explica Gilberto Braga, economista e professor do Ibmec Rio. “A alta da Ibovespa reflete a percepção dos investidores de que vai continuar o ciclo de baixa de juros no Brasil e de que nos Estados Unidos houve um anúncio também de que será iniciado no ano que vem um ciclo de diminuição dos juros”, reforça.
Com relação aos juros americanos, a expectativa para 2024 é de três quedas de 0,25 ponto percentual. “Essa é a máxima de que queda de juros lá fora atrai dólares para mercados com maior possibilidade de risco e rendimento como o mercado brasileiro e por outro lado a queda de juros no Brasil favorece investimento produtivo e anima as empresas a fazerem apostas numa retomada mais consistente da economia, ainda que 2024 seja um ano com uma performance considerada aquém do que está sendo o fechamento de 2023″. IstoÉ Dinheiro