Um estudo publicado na The Lancet HIV alerta que os cortes na ajuda internacional para o combate ao HIV/AIDS podem reverter décadas de progresso, resultando em até 10,8 milhões de novas infecções e 2,9 milhões de mortes até 2030. A redução do financiamento afetaria principalmente países de baixa e média renda, como na África Subsaariana, onde programas como o PEPFAR têm sido essenciais para o acesso a tratamentos, testagem e prevenção.
Desde 2015, os doadores internacionais contribuíram com 40% do financiamento global para HIV em países em desenvolvimento. No entanto, os cortes anunciados por países como os EUA podem reduzir esses recursos em até 24% até 2026. A suspensão temporária do financiamento dos EUA já resultou no fechamento de clínicas e demissões de trabalhadores da saúde, com o risco de aumentar significativamente as infecções e mortes.
Os impactos dos cortes podem ser devastadores, com aumento de infecções entre populações vulneráveis e interrupção de programas de prevenção. Caso os cortes se mantenham, o mundo poderá voltar aos níveis de infecções e mortes de HIV dos anos 1980 e 1990. O estudo ressalta a necessidade de um financiamento sustentável para evitar o retrocesso na luta contra a epidemia de HIV.