A pobreza na Argentina atingiu 52,9% da população no primeiro semestre do governo de Javier Milei, uma cifra que reflete o drama de muitos, como Viviana Quevedo, demitida em dezembro e gradualmente mergulhada na miséria.
Aos 57 anos, essa mãe solteira, que trabalhou até dezembro como funcionária da limpeza, já não consegue pagar por uma moradia e está prestes a ficar sem teto. Ela e sua filha de 13 anos fazem parte da estatística de pobreza divulgada nesta quinta-feira (26) pelo instituto de estatísticas Indec.
O índice, 11,2 pontos percentuais maior que o do segundo semestre de 2023, reflete o impacto de uma política de ajuste fiscal promovida pelo governo de Milei, centrada na redução de gastos e inflação, o que aprofundou a recessão econômica.
“É necessário encontrar uma equação que compatibilize crescimento com distribuição. Só assim poderemos reverter essa tendência de aumento da pobreza”, disse à AFP Santiago Coy, sociólogo e pesquisador da Universidade de Buenos Aires.
O Indec calcula a pobreza comparando os rendimentos com o custo de uma cesta básica total, que inclui alimentos, bens e serviços, estimada em cerca de 240 dólares (R$ 1.305 na cotação atual). AFP