Almoçar fora de casa ficou 17,4% mais caro para o trabalhador brasileiro durante a pandemia, indica pesquisa da ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador).
Conforme o levantamento, uma refeição completa -comida, bebida, sobremesa e café- custou R$ 40,64, em média, de fevereiro a abril deste ano no país.
Às vésperas da crise sanitária, o valor era de R$ 34,62, segundo a edição anterior da pesquisa, feita entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020. A alta de 17,4% (ou R$ 6,02 a mais) vem dessa comparação.
Para Jessica Srour, diretora-executiva da ABBT, o resultado reflete pressões de diferentes origens sobre os preços.
Nos últimos meses, não foi somente a carestia de alimentos que impactou bares e restaurantes. Os estabelecimentos também foram pressionados por outros custos de operação, como aluguel e tarifas mais altas de energia elétrica.
“É um pouco de tudo isso”, diz Srour.
Agora, em um momento de retomada do setor de alimentação fora de casa, há uma expectativa de recuperação das perdas causadas pela pandemia, mas empresários relatam que o repasse para os preços segue complicado devido ao orçamento enxuto dos consumidores.
“Muitos estabelecimentos não conseguiram sobreviver ou se manter competitivos”, afirma Srour.
A pesquisa da ABBT foi realizada em 51 cidades brasileiras. A amostra envolveu restaurantes, bares, lanchonetes e padarias de 22 estados e do Distrito Federal que aceitam como formas de pagamento benefícios para refeição recebidos por trabalhadores.
Em uma situação hipotética, com R$ 40,64 gastos por almoço em 22 dias úteis, um profissional teria de desembolsar R$ 894,08 por mês.
Esse montante correspondia a mais de um terço (35%) de um salário médio no país no primeiro trimestre deste ano.
À época, o rendimento nominal do trabalho principal foi de R$ 2.548 por mês, aponta o estudo, citando dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
FolhaPress
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