A lucratividade dos bancos brasileiros melhorou no primeiro semestre deste ano, liderada pelos bancos digitais, e a receita líquida de juros e de serviços devem continuar a aumentar no segundo semestre, afirmou o Banco Central nesta quinta-feira, 21.
Em Relatório de Estabilidade Financeira, o BC observou que o retorno anual sobre o patrimônio líquido (ROE) do sistema bancário do país subiu para 15,11% em 30 de junho, ante 14,23% no final de dezembro de 2023.
Os bancos digitais se destacaram, com ROE subindo para 19,1% até o final de junho – o mais alto entre os segmentos – de 11,45% no final de dezembro. O grupo inclui instituições como Nubank, Inter e C6.
O Banco Central atribuiu o aumento acentuado aos “efeitos positivos da alavancagem operacional por meio da rentabilização da base de clientes de algumas entidades e da menor pressão das despesas com provisões”.
Entre abril de 2020 e o final do ano passado, os bancos digitais relataram consistentemente um ROE de um dígito ou negativo.
O diretor de supervisão do Banco Central, Ailton de Aquino, disse em entrevista à imprensa que os bancos digitais têm um modelo de crédito “robusto”, atribuindo seus níveis mais baixos de provisionamento em comparação com os bancos públicos e privados ao nível de maturidade do setor.
Aquino observou que a evolução das instituições digitais no Brasil reflete os esforços do BC para promover inovação e concorrência.
Após relatos de que o Nubank, o maior banco digital do país, com quase 100 milhões de clientes, estava considerando mudar seu domicílio para o Reino Unido, Aquino disse que o BC está “a par” da iniciativa. ID