Daniel Alves ainda sentia a tristeza de ter ficado fora da última Copa do Mundo após sofrer a lesão mais grave da carreira quando procurou se reinventar no futebol, mesmo aos 35 anos de idade e com currículo extenso de conquistas. O destaque e capitão da seleção brasileira nesta Copa América entendeu ser necessário fazer uma releitura da sua função tática dentro de campo para continuar em alto nível e se mostrar tão efetivo como foi na vitória sobre a Argentina por 2 a 0, na terça-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte.
Agora com 36 anos completados, o jogador usou os seis meses longe do futebol na última temporada para se recuperar do grave problema no joelho direito e repensar como seria sua atuação na lateral-direita.
Depois de anos em busca de cruzamentos da linha de fundo e boas tabelas, Daniel quis testar algo novo. “Tive de me reinventar porque o futebol se reinventou também, não se joga mais com laterais apoiando o tempo todo. As seleções agora jogam com pontas. Consegui entender isso rapidamente”, afirmou. Ou seja, se ele continuasse apoiando pela direita, como fazia, bateria hoje cabeça com Gabriel Jesus ou Willian.
Na atuação contra a Argentina, no Mineirão, assim como em outro jogos desta Copa América, ele mostrou uma nova função. Daniel se transforma em armador extra quando a seleção está com a bola. Avança, fica mais centralizado e se torna um aliado para encarar retrancas, como opção de passes e deslocamentos. Chamá-lo de lateral já não é mais tão correto, portanto. “Minha posição não deveria se chamar lateral-direito, e sim amigo de todos”, brinca. O novo Daniel, no gol de Jesus, o primeiro diante da Argentina, deu chapéu e fez passe de legítimo camisa 10 e não de um lateral.
Estadão Conteúdo
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