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Alguém para compartilhar

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Um amigo nos contou algo impressionante.

Desde muito jovem e antes mesmo de se graduar em Física, ele desenvolvia pesquisas em iniciação científica e se interessava por questões ligadas aos fundamentos da Física e à Lógica Matemática.

Fez pós-graduação no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, entrando no campo da teoria da prova.

Seu projeto era provar uma proposição da Escola Escandinava de Teoria da Prova, denominado Teorema de normalização simples para a lógica clássica de primeira ordem completa.

Em sua tese de doutorado, defendida na mesma instituição, assumiu o problema proposto por Per Martin Löf, que consiste em definir um conceito de pior sequência de redução para as derivações.

Esse trabalho lhe valeu o Prêmio Santista Juventude.

*   *   *

Você deve estar se questionando: O que vem a ser tudo isso? Não entendi absolutamente nada!

Foi justamente isso que nos impressionou na história desse amigo.

Profundo estudioso e conhecedor da teoria da prova, resolveu deixar tudo isso de lado.

E sabe por quê?

Bem, porque ele sentia muita dificuldade em dividir seus conhecimentos com alguém, pois poucas pessoas conheciam essa área.

Deixei de lado essa matéria porque conhecia somente umas cinco pessoas com quem podia falar sobre o assunto, e algumas delas viviam fora do Brasil.

Sinto necessidade de compartilhar minhas ideias, concluiu o matemático.

*   *   *

O ser humano tem necessidade de dividir seus sentimentos com alguém.

Por mais feliz que seja, se não houver ninguém para compartilhar, a felicidade não faz sentido.

De que vale uma grande conquista, sem alguém que nos abrace e nos diga: Parabéns, você venceu!?

De que adianta sentir uma grande alegria se não tiver alguém para compartilhar?

Não faz sentido sorrir, se não houver alguém para rir conosco.

Quando vemos um filme e algo nos chama a atenção, logo queremos falar sobre isso, contar para alguém, mesmo que esse alguém seja um desconhecido.

Enfim, a felicidade e a infelicidade são estados d’alma para serem compartilhados.

Foi por essa razão que o jovem matemático resolveu deixar de lado aquela área da Lógica e tratar de assuntos que pudesse compartilhar, trocar ideias, discutir.

É verdade que existem áreas do conhecimento humano com as quais raros missionários assumem o compromisso de estudar e descobrir meios de torná-las úteis à Humanidade.

Mas mesmo esses ilustres missionários não deixam de sentir, vez ou outra, a necessidade de compartilhar suas descobertas.

Na falta de quem os ouça, é bem possível que a depressão lhes faça companhia. Ainda assim, decidem-se pelo isolamento, por amor à causa que assumiram perante suas próprias consciências e pelo bem de seus semelhantes.

*   *   *

Sem alguém para compartilhar, não haveria abraços, nem apertos de mãos, nem troca de ideias…

Não haveria como dividir os medos, os anseios, os sonhos, as alegrias…

Pensemos nisso. E agradeçamos, se tivermos quem compartilhe nossas experiências. Descubramos a arte de compartilhar e perceberemos que a vida nos mostrará um colorido todo especial.

Redação do Momento Espírita,
com base em fato.
Em 18.12.2019.

10:25:03

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