Bem antes de imaginar que seria o algoz do Atlético-MG na Copa do Brasil, em jogo disputado na última quarta-feira, o Afogados da Ingazeira (PE) começou sua história em um outro dia bastante triste para a equipe alvinegra de Minas Gerais. O jovem e pequeno clube do Sertão do Pajeú foi fundado em 18 de dezembro de 2013, mesma data em que a então equipe do técnico Cuca e do meia Ronaldinho Gaúcho amargou a triste derrota na semifinal do Mundial de Clubes para o Raja Casablanca, do Marrocos.
Enquanto o Atlético-MG perdia por 3 a 1 e via escapar o sonho de decidir o título contra o poderoso Bayern de Munique naquela edição do Mundial, dirigentes do Afogados da Ingazeira cuidavam da ata de fundação do clube e sonhavam um dia ver o clube numa noite tão gloriosa como a da quarta-feira. Ao eliminar nos pênaltis o poderoso e favorito gigante alvinegro de Minas, os pernambucanos receberão só de premiação da CBF R$ 1,5 milhão, valor capaz de bancar vários meses da sua modesta folha de salarial.
A cidade de Afogados da Ingazeira fica a quase 400 quilômetros da capital Recife e tem a história marcada por ser a terra natal de uma medalhista olímpica do Brasil. A pentatleta Yane Marques faturou o bronze nos Jogos de Londres, em 2012, além de ter dois ouros em Jogos Pan-Americanos. Ela foi também porta-bandeira da delegação do Brasil na cerimônia de abertura da Olimpíada do Rio, em 2016. É uma das filhas mais nobres da cidade. Curiosamente, o pai da medalhista olímpica, Wanderley Marques, é radialista e transmite vários jogos da equipe local.
O empate por 2 a 2 com o Atlético-MG seguido por vitória nos pênaltis por 7 a 6 teve como herói o goleiro Wallef, que defendeu duas cobranças. O jogador teve o nome bastante comentado nas redes sociais, até por ter atuado de boné, apesar do jogo ter sido à noite. “A gente sabia que ia sofrer. Mas, soubemos suportar. Merecemos a vaga por tudo que jogamos. A rapaziada esta de parabéns”, disse Wallef.
Estadão Conteúdo
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