A pacata Avenida Frontal ficava o ano inteiro lotada. Nas ruas próximas ao portão de entrada da Casa Dom Inácio de Loyola, carros e ônibus de excursão dividiam espaço com pessoas que iam ou voltavam a pé das mais de 70 pousadas que recebiam turistas do mundo inteiro. Todas tinham listas de espera e algumas, reservas marcadas para quatro anos depois.
Era assim até dezembro de 2018, quando um “tsunami” deixou às moscas quase toda a pequena Abadiânia, cidade na região leste de Goiás com cerca de 20 mil habitantes e que vivia em torno da devoção e das curas do médium João de Deus, preso no dia 16 daquele mês, há exatamente um ano.
O estabelecimento recebia 2 mil pessoas por semana. Atualmente, são 100, 120 no máximo. A casa segue funcionando, mas ninguém fala com a imprensa. Também não há informações de que algum outro médium substituiu o titular, preso no Complexo Prisional Aparecida de Goiânia.
Contra João de Deus não faltam denúncias, mas ele permanece preso apenas preventivamente, porque, segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), poderia coagir as testemunhas e por ser considerado um risco à sociedade, com a chance de fazer novas vítimas se mantivesse os atendimentos.
R7
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