A start-up que se prepara para extrair minérios de asteroides

Há trinta anos, o influente programa de ciência Tomorrow’s World, da BBC, fez algumas previsões sobre como o mundo seria em 2025.

Foi uma prova de como é difícil prever o futuro tecnológico: o programa cogitou que teríamos implantes de microchips para nos ajudar a usar caixas eletrônicos, conversaríamos com assistentes holográficos em nossas casas, e haveria motins por causa do acesso à internet.

O episódio também sugeriu que já estaríamos extraindo minérios dos asteroides. E, embora ainda não tenhamos chegado lá, algumas start-ups afirmam que isso vai acontecer mais cedo do que muitos imaginavam.

O fundador da empresa AstroForge, com sede na Califórnia, acredita que ela vai ser a primeira a fazer isso, e a companhia já deu os primeiros passos.

Em 27 de fevereiro de 2025, a AstroForge lançou sua primeira espaçonave não tripulada, Odin, a bordo de um foguete Falcon 9 da SpaceX. A missão da Odin envolvia um sobrevoo do asteroide 2022 OB5, localizado a cerca de oito milhões de quilômetros da Terra, para analisar sua composição. No entanto, a AstroForge enfrentou problemas de comunicação com a espaçonave, dificultando o acompanhamento da missão.

Apesar disso, o fundador Matt Gialich se manteve otimista, ressaltando que os desafios são parte do processo de aprendizado. A empresa pretende desenvolver tecnologias para minerar asteroides próximos à Terra, visando extrair metais valiosos como os do grupo da platina, essenciais para células de combustível e tecnologias renováveis. A mineração de metais na Terra tem se tornado cada vez mais cara, o que torna a exploração espacial uma alternativa atraente, embora existam questionamentos sobre a viabilidade e os impactos ambientais da mineração espacial.

A AstroForge planeja coletar pequenas quantidades de metal dos asteroides em testes futuros, com o objetivo de avançar na comercialização, especialmente de metais como o ródio, que tem um valor elevado. O investidor Victor Vescovo acredita que os desafios técnicos são superáveis com o desenvolvimento das ferramentas adequadas.