Depois de quase um ano de guerra, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza governada pelo Hamas enfrenta dificuldades para contar o número exato de mortes. Números que Israel e os Estados Unidos questionam, mas que organizações como a ONU consideram confiáveis.
– Compilação de dados –
Dois correspondentes da AFP testemunharam como os funcionários do hospital inserem os dados de cada morte em uma base de dados do ministério, que no seu último relatório anunciou 41.467 mortes desde o início da guerra, em 7 de outubro.
Eles primeiro identificam os corpos pelo reconhecimento visual de um parente ou amigo, ou recuperando itens pessoais. Em seguida, inserem as informações no banco de dados, incluindo nome, sexo, data de nascimento e número de identidade do falecido.
Se os corpos não forem identificados ou reivindicados, são então registrados com um número, incluindo todas as informações disponíveis. Neste caso, são tiradas fotos de todas as marcas distintivas ou objetos pessoais que possam posteriormente ajudar na identificação.
– Registro central –
O próprio Ministério da Saúde de Gaza explicou como contabiliza o número de mortes.
No caso dos hospitais públicos sob supervisão direta do governo do Hamas em Gaza, as “informações pessoais e número de identidade” de cada palestino morto na guerra são registrados na base de dados do hospital assim que a pessoa morre.
Os dados são então enviados para o registro central do ministério.
Para os óbitos em hospitais e clínicas privadas, a informação é incluída em um formulário que deve ser enviado ao ministério no prazo de 24 horas para ser adicionado ao registro central.
O “centro de informação” do ministério verifica então as entradas para “garantir que não contêm duplicatas ou erros”. Em seguida, ele as salva no banco de dados, explicou em comunicado.
As autoridades palestinas também encorajam os moradores de Gaza a relatar quaisquer mortes das suas famílias em um site criado pelo governo.
Os funcionários que trabalham no ministério reportam-se tanto à Autoridade Palestina, com sede na Cisjordânia, como ao governo do Hamas em Gaza. AFP