A fraqueza recente da economia não deve afetar o desempenho das ações dos bancos na Bolsa. A previsão é de que as instituições devem seguir apresentando taxas de crescimento e inadimplência sob controle. Segundo profissionais consultados, o problema deve ser secundário para as ações, que tendem a reagir positivamente às reformas, em especial à Previdência.
Para o estrategista de pessoa física da Santander Corretora, Ricardo Peretti, a visão continua positiva para o setor. No geral, a combinação de despesas abaixo da inflação, spreads estáveis e inadimplência sob controle permitirão uma expansão média de 17% ao ano do lucro por ação dos bancos brasileiros em 2019. “Quanto à recente desaceleração da economia doméstica, acreditamos que o guidance (meta) dos bancos para este ano já contemplava um cenário mais conservador para 2019, o que mantém as nossas expectativas otimistas ainda válidas para o restante do ano”, afirma.
O economista-chefe do Modalmais, Alvaro Bandeira, avalia que os maiores bancos privados estão bem adaptados ao cenário econômico. E caso a reforma da Previdência saia com maior celeridade e profundidade, acrescenta, pode-se projetar aceleração no último trimestre de 2019 e para o próximo ano. “Situamos o setor bancário privado como boa alternativa conservadora de aplicação”, diz.
Felipe Silveira, da Coinvalores, também destaca a importância das reformas. O profissional vê a questão do crescimento mais fraco no curto prazo como secundária para os papéis dos bancos em relação à importância da aprovação das reformas. “Se a proposta caminhar como esperado, os bancos devem responder positivamente por conta do impacto disso no crescimento de médio e longo prazo da economia”, explica.
Estadão Conteúdo
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