O feriado nacional do dia 21 de abril, é uma grande homenagem a um dos principais articuladores da Inconfidência Mineira, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, popularmente conhecido como Tiradentes, considerado como o mártir mineiro, por tentar libertar o estado de Minas Gerais dos abusos da Coroa Portuguesa.
Joaquim José da Silva Xavier nasceu no dia 12 de novembro de 1746 na fazenda de Pombal, Capitania das Minas Gerais (ainda Reino de Portugal). Durante a sua juventude exerceu várias profissões: mascate, minerador, e também dentista, de onde vem o apelido.
Posteriormente foi integrante dos Dragões da Cavalaria Real, chegando ao posto de alferes. Tiradentes viveu em uma época com muitos problemas sociais, em decorrência do domínio português.
Em meados do século XVIII em Minas Gerais, o cenário econômico era alarmante, pois as jazidas de ouro entraram em total decadência e a situação financeira dos mineiros se agravava cada vez mais. Apesar do declínio da produção aurífera, o governo português ainda cobrava o pagamento pelos impostos sobre os metais extraídos, cuja taxa do imposto era de um quinto, ou seja 20%. Os civis denominaram este imposto como: “O quinto dos infernos”.
É válido ressaltar que, para garantir a quantidade de ouro que deveria ser arrecadada, que era de 100 arrobas anuais (aproximadamente 1500 kg) em 1751 a coroa portuguesa instituiu a derrama, medida que permitia o confisco de bens e objetos de ouros, com o uso de tropas se fosse necessário.
Para os colonos mineiros, a percepção da pobreza e da dependência da metrópole foi crescendo lentamente. Mediante tanta exploração, um grupo de intelectuais insatisfeitos com todos os mandos e desmandos vindos dos portugueses, conseguiram se revestir de uma grande tomada de consciência. Desse modo surge a Inconfidência Mineira.
O grupo dos inconfidentes era composto por: Tiradentes, Claudio Manuel da Costa, Inácio de Alvarenga Peixoto, Tomás Antônio Gonzaga, Joaquim Silvério dos Reis e outros intelectuais e clérigos. Foram fortemente inspirados pelos ideais do Iluminismo. Os integrantes sempre se reuniam para discutir os pormenores da atual situação de Minas.
Nos últimos meses de 1788, reuniam-se nas residências das elites de Vila Rica, para discutir sobre a insatisfação do governo do visconde de Barbacena, a fim de organizar um levante armado contra a Coroa portuguesa. Uma vez definida a data da derrama e consequentemente da revolução, o movimento iniciaria com uma agitação em Vila Rica, provocada por Tiradentes. Pequenos grupos armados, ampliariam o tumulto. Após o motim, seria proclamada a República e lida a declaração de Independência do Estado de Minas Gerais das amarras coloniais. Entretanto o plano dos inconfidentes não obteve sucesso, uma vez que Joaquim Silvério dos Reis, os delatou a fim de que suas dívidas fossem perdoadas. A maioria dos inconfidentes foram levados a cárceres diferentes no Rio de Janeiro, para que pudessem relatar tudo que sabiam. Desta forma, atribuíram a culpa maior sobre Tiradentes, o qual foi executado dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, capital da colônia. Foi enforcado e esquartejado, tendo as partes de seu corpo pregadas em postes a caminho de Minas Gerais, para servir de exemplo a fim de que novas rebeliões não ocorressem novamente.
Embora fracassada, pode-se considerar a Inconfidência Mineira como um exemplo valoroso da luta dos brasileiros pela Independência, pela liberdade e contra um governo que tratava sua colônia com violência, autoritarismo, ganância e falta de respeito. Isso graças à figura de Tiradentes, que apresentou-se como um “revolucionário radical”, capaz de correr qualquer risco para enfrentar o sistema repressivo no qual vivia, sendo um grande líder popular.
Por este motivo, em dezembro de 1965, foi sancionada a LEI Nº4.897, que instruía o dia 21 de abril como feriado nacional. E Tiradentes oficialmente Patrono da Nação Brasileira.
TEXTO REDIGIDO PELA ALUNA GABRIELA SALES RAMALHO.
Escola Cooperativa
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