As incertezas sobre a duração da pandemia do novo coronavírus acenderam o debate sobre uma eventual necessidade de extensão do auxílio emergencial de R$ 600, que será pago até junho. Além do risco de “dias duros” de contaminação pela Covid-19 até julho ou agosto, há preocupação com o período de transição entre o choque do isolamento e a retomada da atividade, uma vez que o mercado de trabalho costuma ser o último a reagir em momentos de crise.
A lei que foi aprovada prevê que trabalhadores informais, microempreendedores e desempregados recebam R$ 600 mensais por três meses. Mas o texto deixa a porta aberta para uma prorrogação pelo menos até o fim de 2020.
A reportagem questionou o Ministério da Cidadania para saber se a pasta vê necessidade de eventualmente prorrogar a ajuda, mas não teve resposta. Nos bastidores, a equipe econômica avalia que é preciso aguardar a evolução do vírus.
O governo reservou R$ 98 bilhões para a ajuda. Mas esse valor está defasado, pois previa contemplar 54 milhões de brasileiros. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, já admitiu que o auxílio pode chegar a 75 milhões de trabalhadores. Com apoio do governo, o Congresso também aprovou mudanças que podem resultar em mais 7,5 milhões de contemplados.
Fontes do mercado financeiro calculam que, mantendo o número de trabalhadores contemplados, o gasto de prorrogar o auxílio poderia chegar a R$ 46 bilhões por mês adicional. Equivale ao orçamento de um ano e meio do Bolsa Família.
Estadão Conteúdo
09:10:03