Difícil encontrar alguém que tenha feito tantos amigos como ele. Sou suspeito de falar do Mané. O conheço desde criança. Nossos pais tinham uma proximidade muito grande. O Mané trabalhou com meu irmão Ivan, e os dois se adoravam. Tudo em nós combinava, o jeito despojado, a alegria, o time de coração, o gosto por comidas iguais, carinho pela natureza, animais, a lealdade, a solidariedade, o carinho. Pô, Mané. Lembro de tantas coisas nossas que fica difícil escolher alguma. A maioria marcou a nossa história e nos fazia rir.
Eu sempre reclamava do cigarro e ele se mostrava surpreso que eu havia parado com a bebida. Era tão corintiano, que antes de me cumprimentar ele falava do timão. Perguntava sobre tudo, meus irmãos, o que eu estava fazendo e se preocupava sempre com o meu estado de alma. Sempre foi assim.
E a comida então? Que delícia! Gostava de cozinhar e fazia o prato como a gente queria. Ele sabia o gosto de cada um. Vai ficar na história com o seu pesqueiro, seu cachorro Thor, aquela “esticadinha” do pescoço para ouvir o que a gente estava falando.
Parece que Deus deu um jeito de levá-lo longe para que não o víssemos sofrer nos momentos finais. Nos últimos anos travou uma luta forte com seu próprio corpo para se manter vivo. Mesmo debilitado, com as vistas abaladas pelo Diabetes, o corpo cansado pelo doença coronariana, passava a mão em uma muleta e saia vendo os amigos, conversando, às vezes aconselhando, outras discutindo futebol, política, amizades e tudo mais.
Adorava sua família. Amava a esposa e tinha imenso orgulho dos filhos. A última vez que conversamos falou da alegria de um deles virar piloto de grandes aviões.
Eita Mané. Confesso que fiquei muito triste após ter recebido a notícia de sua morte. Mas agora estou mais tranquilo. Está doendo muito a sua partida. Mas sabemos que uma alma igual a sua, tem um caminho único lá em cima. Então está tudo bem.
Como diz Renato Russo, numa de sua belas canções. “Mas nada vai conseguir mudar o que ficou. Nem desistir nem tentar, agora tanto faz. A gente “sempre” está indo de volta pra casa”. Siga em paz meu amigo. O destino lhe deu um dia especial para você abrir as cortinas do céu. O dia do aniversário do Ivan, 17 de março. Viu só!
Toninho Moré
00:32:07
Respostas de 2
Belas palavras meu amigo! Coerente e sinceras! Grande ser! Va em paz e deus conforte toda a sua familia! ????
Toninho, não conheço você mas conhecia e era amigo do Mané desde 1983, voce narrou em um texto pequeno exatamente tudo do Mané Cação, meu amigo Mané esteja onde estiver, vai estar cuidando dos filhos dele da esposa e dos amigos, com toda certeza
Abraços
GILMAR REIS
Dourados Ms