A rápida expansão global do novo coronavírus começa a dar sinais de que não é mais possível contê-lo. A doença está presente em pelo menos 47 países, em todos os continentes, de acordo com o boletim diário divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). E países que ainda não estavam com uma transmissão interna sustentada já podem ter chegado a esse nível. Os Estados Unidos investigam o caso de uma mulher na Califórnia que contraiu a doença sem ter viajado ao exterior.
São mais de 82 mil casos confirmados em todo o mundo (78.630 na China e 3.664 em 46 países) e 2.804 mortes (57 fora da China) até esta quinta-feira, 26. Novos países entraram na lista de casos da OMS na quinta, como Dinamarca, Estônia, Georgia, Grécia, Macedônia do Norte, Noruega, Romênia e Paquistão. O Brasil, que tinha registrado oficialmente o primeiro caso na quarta-feira, também foi incluído agora.
“Todo país deve estar pronto para seu primeiro caso, seu primeiro cluster, a primeira evidência de transmissão comunitária e para lidar com a transmissão comunitária sustentada. E deve estar se preparando para todos esses cenários ao mesmo tempo”, afirmou ontem o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na coletiva de imprensa diária que tem dado desde o início da crise.
Segundo ele, este é um momento decisivo, quando já há mais novos casos fora da China no período de 24 horas (746) do que onde surgiu a epidemia (439). “Nenhum país deve assumir que não receberá casos. Isso pode ser um erro fatal, literalmente. Este vírus não respeita fronteiras. Não faz distinção entre raças ou etnias. Não considera o PIB ou o nível de desenvolvimento de um país. A questão não é apenas impedir que casos cheguem às costas. O ponto é o que você faz quando tem casos”, disse.
Estadão Conteúdo
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